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Considerações sobre a Implantação do 4x4 em Protótipos Baja SAE

Atualmente, a massiva maioria de veículos presentes nas competições baja SAE tem sistemas de transmissões parecidos, sendo motor montado na traseira e a tração sendo realizada pelas rodas traseiras do veículo. No ano de 2019 a SAE publicou um informativo onde a partir de 2021 todos os veículos participantes das competições mundiais deveriam ter sistemas de transmissões integral (4x4 ou AWD), e os veículos que apresentassem essa tecnologia no ano de 2020 teriam um bônus de 150 pontos na competição.


Essa decisão é embasada pelas mudanças nos veículos do meio off-road onde em sua grande maioria apresenta sistema 4x4, mas em outra vertente pode-se embasar essa mudança pois até em carros on-road vê-se um crescimento do número de veículos, como mostra esta pesquisa comparando a tendência do crescimento do mercado por tipos de veículos, Passenger car (veículos de passageiros), LCV (Veiculo comercial leve) e HVC (Veículo comercial pesado).



O acréscimo de propulsão AWD se dá pelo fato de melhorar consideravelmente a dinâmica do veículo e sua capacidade de transmitir a potência gerada pelo motor para as rodas, melhorando assim sua performance em pistas on e off-road além de melhorar a segurança dos veículos, o que é visível em veículos mais potentes.


Em competições mundo afora, um dos veículos pioneiros nessa tecnologia foi o Audi quattro, que teve enorme sucesso nas competições de rally principalmente no grupo B, mas em 1996 a Mitsubishi com o Lancer Evolution IV trouxe uma evolução do sistema, onde é aplicado o sistema de vetorização de torque (Torque vectoring). Explicando brevemente, esse sistema faz com que as rodas, em regime de curva, recebam o torque de maneira proporcional ao raio da curva e a bitola do carro, fazendo assim com que a entrega de torque nas rodas ajude o carro a realizar a curva.





Agora voltando para as Competições de baja SAE, o acréscimo de um sistema de transmissão AWD irá gerar algumas dificuldades.


A primeira dificuldade é a alocação dos componentes, pois a adição de um sistema 4x4 pede a transferência de potência do motor para os dois eixos, apesar de não ser de grande dificuldade para solução pode gerar alterações nos dimensional do veículo, e assim interferir em sua dinâmica.


A segunda dificuldade, e a que parece mais difícil de contornar, é a adição de massa aos veículos, pois com o acréscimo de mais um eixo de tração, nos sistemas mais simples no mínimo um eixo cardan, para transferir potência da traseira pra dianteira, e 2 juntas a mais, para se adequar ao movimento da suspenção terão de ser utilizadas. Esta dificuldade se mostra ainda mais preocupante pois com a potência limitada dos protótipos SAE e com o aumento deste sistema, a eficiência geral do sistema sofrerá uma baixa, além de aumentar a inércia rotativa do sistema com os novos componentes de transmissão, podendo então afetar sua velocidade final, aceleração e retomada.


A dinâmica poderá ser afetada, dependendo a expertise da equipe. O uso de diferenciais pode ser de grande ajuda nessa parte, pois com adição do sistema terá um acúmulo de funções nas rodas dianteiras fazendo que tenha uma maior tendência ao sub-esterço, devido a adesão dos pneus agora ter de suportar não só as forças geradas por curvas, mas também o torque gerado pelo powertrain. Mas felizmente não só dificuldades a implementação do 4x4 gera, traz também benefícios como:


  • Maior capacidade trativa, pois agora não serão só as rodas traseiras a exercer força sobre o solo, melhorando assim capacidade de carga e deslocamento em terrenos de baixa aderência.

  • A transposição de obstáculos será positivamente afetada, pois a perda de contato das duas rodas de um eixo com o solo não será mais um problema, tendo em vista que os dois eixos tracionam.

Para finalizar, a implementação da tração 4x4 nos veículos baja SAE é vantajosa para alguns e nem tanto para outros. Muitas equipes mundo afora já estão com protótipos 4x4 rodando. Mas tendo em vista o objetivo da competição que é o desenvolvimento dos participantes e a aplicação de matérias vistas em sala de aula, este novo desafio é vantajoso pois força mudanças nos protótipos fazendo com que os participantes evoluam e desenvolvam ainda mais, além de adequar ainda mais os veículos ao mercado mundial.


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